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"Todo o homem honesto deveria tornar-se filósofo, sem se vangloriar em sê-lo." (Voltairé)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cristão capitalista? (parte 1)


Cristão capitalista?
Algumas boas e longas conversas com amigos bem instruídos sobre como está o mundo  em que vivemos hoje e a inversão de valores que toma conta das pobres e conformadas mentes envoltas na idiotice suprema; a leitura de um bom livro como é o de Paulo Brabo, intitulado  "Bacia das almas – Diário de um ex-dependente de igreja" em uma tarde com uma barulhenta chuva, tendo sua barulheira acompanhada pelo sublime  e envolvente jazz de Nancy Wilson, culminam em uma série de pensamentos no que diz respeito à vida. Tudo isto é mágico, e tem o poder de impulsionar qualquer individuo que tenha a mínima sensibilidade para as coisas boas desta pensante vida (coisas estas que infelizmente tenho que admitir, estão cada vez mais escassas e distantes) a pegar uma folha e uma caneta e se sentir pressionado por este emaranhado de coisas, a manifestar e evidenciar o que vem a sua mente. Foi o que aconteceu com este que vos fala pouco antes de começar a escrever este texto. Todo este ambiente citado anteriormente me fez remontar para algumas questões que tem permeado nosso cotidiano e influenciado diretamente nas ações de cada individuo, conseqüentemente no todo.
A principio gostaria de trazer à este texto falas que até hoje tinem em minha mente. Você já deve ter ouvido, ou até mesmo dito algo do tipo:
- É preciso investir. Para investir é necessário ter. Para ter meu caro(a) é necessário estudar muito!!!!
- Ou seja, estudar é investir meu caro, e investir é planejar-se para ter retorno. E ter o retorno deste investimento evidencia responsabilidade.
- É um grande sinal da benção de Deus sobre você também. Evidência clara que o todo poderoso está com você!
Todas estas falas, somadas com outras tantas, que geralmente são ditas pelos mesmos indivíduos que pregam contra a tão discursada “teologia da prosperidade”, geraram em mim um profundo sentimento de dúvida quanto a veracidade de tudo isto e com relação ao comprometimento dos mesmos com a dita “Verdade do evangelho”. Quero falar sobre isto.
Quando começamos a interpretar o acúmulo de capital como evidente sinal da benção de Deus? De onde está idéia de que ser “rico” financeiramente significa ser “rico” espiritualmente? É interessante observarmos antes de tudo, que a nação mais “evangélica” do planeta (este termo cabe bem aqui), é também a mais consumista, a mais exploradora e a mais materialista de todo o mundo como o conhecemos. Por que isto acontece? Como chegaram a este estágio de contradição com sua própria pregação no que diz respeito a tão admirável conduta de vida pregada por Cristo e pelos ditos “pequenos cristos”? Gostaria de desenvolver uma breve reflexão com o fim de entendermos melhor esta questão.
Este é apenas o começo...
Espero que fiquem ansiosos pela seqüência da idéia.
Paz e sabedoria!



Gostou desse texto?  Veja também "Triste...mais pelos motivos certos". Ta ai o link: http://dennisportell.blogspot.com/2010/11/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html
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10 comentários:

  1. estou ansioso com certeza!kk

    entao caro irmao, eu tambem ja me questionei sobre isto, e percebi que estas teologias, a da prosperidade principalmente, e até o ''pentecostalismo'' remontam um quadro de Velho Testamento. Eles dizem ser isto bençao de Deus porque nos tempos mais remotos da humanidade o nosso Pai Celestial manifestava Seu Poder tambem pelas bençaos materiais, percebemos nitidamente isso com Isaque, Jacó, Abraão, etc.. A questao é que se fossemos perguntar a um desses ''cristaos-super-abençoados'' se eles deixariam agora mesmo, neste instante tudo para seguirem o caminho que Deus mostrar, e por isso vao passar miseria, nao vao ter sabonetinho dove, nem shampo com hidratante, eles diriam ''nao, isso é bençao de Deus, Ele nao me pediria para abandonar o que Ele me deu...'', isso me lembra uma velha historinha sobre um rapaizinho rico que nao quis abandonar as coisas quando um Certo Homem pediu...
    poize, é bom nos analisarmos à luz das Escrituras para ver o que estamos fazendo...

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  2. Bravo! Muito Bom! Acumulo de capital? Uma classe só prospera em detrimento de outra. Isso certamente fosse da piedade e da fraternidade de nosso senhor Jesus. Que antes de tudo era pobre.

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  3. Pow cara muito legal, e bom expor esse tipo de assunto,tem muita gente ai no mundo achando que e rico,mais nem sabe qual a verdadeira riqueza da vida..continue sempre assim cara..Deus te abencoe sempre..

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  4. Denis,no seu texto você expressa o que a religião,em sua totalidade,procura encobertar:a exploração do homem pelo homem,onde para este ser este tem que ter.Aqui se aplica aquela famosa frase de Marx:"Não é o ser social que determina a sua consciência,mas a consciência determina o ser social".Qual é a consciência que está determinando o ser social de hoje?É a consciência movida pelo dinheiro,que o sistema capitalista fez no seu começo e manipula até hoje.Isso vai totalmente contra o pensamento de Cristo.Bjs e até mais.

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  5. "Louco de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma"
    O próprio Jesus andava de chinelo e com um burro quando tinha o burro... Nosso mestre andava a pé e passava necessidades e problemas humanos como todos nós, pois veio a esta terra como homem. Hoje em dia em muitos templos o que mais é pregado é a respeito da prosperidade e os mesmos muitas vezes esquecem-se de pregar aquilo que Deus realmente é que é: Amor, Misericordioso, Maravilhoso entre outros coisas mais que se ficar falando o que Deus é com certeza não teria espaço... Então quer dizer que pregar sobre a prosperidade é errado? Não é errado mais o que acontece é que hoje somente é ouvido da prosperidade, é ai que chega um novo convertido e ve partor de carro importado, jatinhos particulares, terno Armani e aquele simples novo convertido pensa, então quer dizer que se eu não ser próspero não irei para o céu e é ai que nasce a ilusão de buscar a Deus por aquilo que ele pode dar e não pelo que ele Realmente é. Vamos parar de Buscar a prosperidade e sim buscar a Deus em Espírito e em verdade, sermos verdadeiros adoradores aqueles que o Pai procura. Honre a Deus no pouco que no muito ele te colocará, a prosperidade é somente uma conseqüência, conseqüência de trabalho e estudos, o sol brilha pra todos, não é por que sirvo a Deus que irei ser próspero, tenho que batalhar para isso, assim como muitos que não estão nem ai pra Deus batalham e tem suas coisas...

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  6. Escreve logo as outras partes.
    Questionamento recorrente e em transição – demorada(?)– de conclusão na minha mente. rs

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  7. só uma frase que caberia muito bem aqui ''quem serve a Deus pelo dinheiro(prosperidade), por pagamento maior servirá a satanas''

    acho que isso acontece e aconteceu muito com alguns pregadores 'televisivos'

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  8. Ai mamãe.

    Aretha, acho que vc fez um pouquinho de confusão...

    Marx diz: "Não é a consciência que determina o ser social, mas o ser social que determina a consciência".

    A veracidade desta sentença, é uma outra questão.

    No mais, vale dizer que o texto cria grandes espectativas no leitor...

    Ancioso pela 2ª parte rapaz.

    Parabéns Denis!

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  9. Interessante seus comentários. Até mesmo, provocantes. Considero apenas qu7e não podemos partir do princípio de que ser rico é ruim e nem que não é sinal de bênção. A riqueza é um dos sinais, mas não "O" sinal, até pq vc pode ser rico e ateu. Acho melhor tentarmos entender isso (o de como a pessoa dse relaciona com Deus) pelas atitutdes da pessoa. Talvez seja um caminho melhor. Também acho forçado dizer que os EUA sejam os mais evangélicos do mundo, acho que são os que mais fazem propaganda de serem, mas não o são (lembra-se do Paul Washer?). Por fim, acho muito fácil partir pelo caminho de que a exploração do homem pelo homem é acobertado pela religião, que quem crê é cego e não vê isso. Essa argumentação é tão falha que após quase 15 anos pensando desse jeito, cheguei à conclusão que ela é usada para acobertar um pretenso pensamento ateu, que na verdade acaba não se fundamentando, pois ao dizermos que a religião encobre algo, também estamos querendo fazer isso em relação a algo que pensamos, mas que nem sempre afirmamos com clareza Talvez nem todos ajam assim, mas muito agem, certamente, só assumindo essa postura dentro da vida acadêmica, mas sendo covarde para não afirmá-lo fora disso.
    Enfim, como disse no começo, você me provocou bem, mas ainda vou ruminar meus pensamentos disso com Deus para ver aonde chego...

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  10. o cerne de todo esse problema está justamente do não entendimento da salvação, que todos somos pó, lixo, não merecemos nada e é so sangue de Jesus , sue sacrificio que nos salva, não temos merito algum, nunca tivemos, somos pecadores, mesquinhos, egoistas, hipocritas
    um livro que explica muito bem o erro que caimos é o "Evangelho Maltrapilho" do Brennan Manning que já recomendei, segue um trecho do livro

    "nossa cultura tornou a palavra 'graça' impossível de compreender. repercutimos frases de efeito como:
    'nesta vida nada é de graça'
    'cada um acaba ganhando o que merece'
    'quer dinheiro? vá trabalhar'
    'quer amor? faça por merecer'
    'quer misericordia? mostre que é digno dela'
    'faça aos outros o que lhe façam'
    'observe as filas nos orgãos assistenciais, os mendigos perguiçosos nas ruas, a merenda grátis nas escolas, os estudantes ricos com bolsa do governo: só trapaceiros se dão bem'
    'sem dúvida , dê a cada um o que merece - e nem um centavo a mais'
    'Deus ama os bons meninos'
    'faça você mesmo'
    Embora as escrituras insistam que é de Deus a iniciativa na obra da salvação- que pela graça somos salvos , que é o formidavel amante quem toma a iniciativa, frequentemente nossa espiritualidade começa no eu, não em Deus. A responsabilidade pessoal substitui a resposta pessoal. Falamos sobre adquirir a virtude como se ela fosse uma habilidade que pudesse ser desenvolvida, como uma bela caligrafia ou um bom gingado numa tacada de golfe"

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