A principio, gostaria de desculpar-me com muitos que vem acompanhando minhas postagens e que tem me cobrado de alguma maneira a continuidade da postagem “Cristão capitalista – parte 1”. Confesso que formular todas as questões sobre tão considerável tema não tem sido uma tarefa das mais fáceis, e tem exigido de mim um esforço a mais no que diz respeito à administração de meu tão precioso tempo (óh moço ocupado esse que vos fala) para dedicação aos tetos que precedem essa discussão. Resumindo: perdão pela demora... hehe.
Dando continuidade ao que foi proposto na primeira parte deste estudo, gostaria de considerar que tudo o que vem a ser destrinchado aqui está completamente aberto para discussões e idéias que possam vir a acrescentar para uma melhor compreensão de todos quanto ao assunto em questão.
Como dito anteriormente, cresci ouvindo diversas falas que, se analisadas sem um mínimo entendimento do que vem a ser o sistema e a ideologia capitalista e como esta ideologia está sobremaneira enraizada na sociedade cristã contemporânea, principalmente na vertente evangélico/protestante, não é possível notar qualquer problema nesse tipo de falas. Posso dizer ainda mais. Tais falas soam como a perfeita interpretação das Escrituras, dando alento confortabilíssimo para o aflito ouvinte, que está se dento por ouvir algo que lhe encha de esperança com relação a sociedade que vive e a sua situação econômica particular em específico.
Comecei a entender que a Reforma protestante contribuiu por demais para a disseminação do que é a idéia de acumulo, a partir do momento que tive acesso a textos relacionados à colonização dos povos norte-americanos. As diferentes fontes de pesquisa apontam para um mesmo sentido: o de que a ocupação das terras norte-americanas teve como base a ideologia de “oportunidade” a ser aproveitada pelos colonizadores nas novas terras. Os estudos apontam para a idéia de que a colonização por parte dos ingleses se diferenciou em muito da colonização por parte de portugueses ou europeus, e que esta diferença está sobremaneira ligada às intenções religiosas.
Para demonstrar a relevância do que acabo de citar anteriormente, gostaria de evidenciar o que diz o professor da ULC (University College of London), Harry C. Allen sobre toda está ideologia ligada às questões religiosas. Vejamos o que ele diz sobre a diferença prática dos colonizadores ingleses para com os espanhóis e portugueses:
...Fosse ele mercador da Nova Inglaterra ou aristocrático senhor de Terras no Sul, era economicamente ambicioso, prático, e pragmático: aquele que conquista desertos jamais esquece que a primeira necessidade da vida é ganhar o pão com o suor do rosto. E ainda que crente e frequentador da igreja, não considerava tais traços como incompatíveis com a aquisição de tesouros da terra. Talvez mais do que ninguém, o americano exemplificou a associação do protestantismo com a ascenção do capitalismo.
ALLEN, Harry C. História dos Estados Unidos da América,1968, p. 27.
Mais adiante continuaremos a discutir essa questão a partir desta fala de Allen. Até a próxima!
Continua...
(Se você gostou desta postagem, leia também "Cristão capitalista - parte 1" http://dennisportell.blogspot.com/2010/11/cristao-capitalista-parte-1.html)
(Se você gostou desta postagem, leia também "Cristão capitalista - parte 1" http://dennisportell.blogspot.com/2010/11/cristao-capitalista-parte-1.html)
Mr. GuimarãesJr
ResponderExcluire ae Xará...
o Texto ta muito bom... Webber faz uma comparação legal entre o catolico (opulencia) e o protestante (poupar)... da contemplação (catolica) e do suor do trabalho como sinal da eleição divina (protestante)... muito interesante!
Ótimo!
ResponderExcluirPoxa Denis, legal você compartilhar as discussões da faculdade com essa perspectiva do não acadêmico...
A leitura fica agradável e atrativa ao leigo.
Que após a leitura, certamente não será mais tão leigo.
Anseio pela continuação da discussão rapaz.
Parabéns malandro!
Abraço!