Pensemos amigos...

REFLETIR, SOLUCIONAR, PENSAR, PROBLEMATIZAR...AGIR!!!!

"Todo o homem honesto deveria tornar-se filósofo, sem se vangloriar em sê-lo." (Voltairé)

domingo, 30 de outubro de 2011

Refazer



   Um dia estive nas trevas tendo a plena convicção de que estava na luz e de que, quem não estivesse comigo estava nas trevas. Muitos me acompanhavam. Hoje, sinto-me como quem caminha em meio à claridade da Verdade. Porém, bem menos acompanhado que anteriormente.


   O caminho que conduz à Verdade é para poucos. É para aqueles que a cada dia se entendem em trevas e perspectivam luminosidade para o seu caminho, por mais luminoso que esteja este. Um homem honesto e fiel por aquilo que tem por convicção, não tem medo das consequências sociais de suas escolhas, nem se faz refém de tais consequências. Não tem medo de se reinventar, nem de se redescobrir. De apagar uma parte do quadro da pintura até então considerada acabada e uma obra de arte. De substituir algumas palavras em uma composição que para gozo e vaidade do artista, já estava na boca do povo.

   O princípio da honestidade, pelo que tenho aprendido a curtos, porém relevantes passos, está na humildade e na ousadia. Humildade para reconhecer não saber tudo. Ousadia para não precisar saber tudo, em meio aos que crucificam quem não se vê com toda a Verdade do universo em suas mãos.

domingo, 7 de agosto de 2011

Sentindo estar perdido (música composta em 08/08/2011)

Existem homens que saberão
Existem homens que pensarão saber
Existem seres que sentirão
Que saberão o que é sentir


Confuso, mas entregue
Surpreendido pelo coração
Quando se busca entender o sentido
Do que só se entende sentindo
Sentindo estar perdido
Perdido encontro o caminho
Que me leva
Pro amor

terça-feira, 28 de junho de 2011

Desertor (música composta em 29/06/2011 )



Soa em meu peito um sentimento tao profundo
Mistura de alegria e tristeza
Ecoa a voz que me faz
Caminhar em direção
Da Verdade que eles dizem que não posso ver
Nem chegar à tocar


Desertor, de falsas esperanças
Traidor, de um corpo fechado em si
Infiel,  à pátria que se diz celeste
Sou mais um
Vencido pelo amor

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sabendo a hora de parar...

 

    "Uma longa disputa, significa que ambas as partes estão erradas."
(Voltaire in. CURY, Fernanda. A vida e o pensamento de Voltaire. Minuano Cultural, p. 8)


       Não é preciso saber muito sobre Voltaire para chegar à conclusão de que o mesmo escrevia e agia, muitas vezes, de maneira à atender os seus interesses individuais, ainda que o mesmo discursasse de maneira à prezar pelo coletivo. Mas, mesmo sabendo dessas imperfeições, é inegável a relevância e a sabedoria de muitas das falas deste grande poeta, dramaturgo e filósofo do século XVIII.  Gostaria de deixar aqui minha sugestão frente à um auto-exame que tenho feito frente à atenção que dou à determinadas discussões, muitas vezes desnecessárias.
 
     O que toca o meu espírito na fala de Voltaire, somada com a imagem acima que representa uma disputa desigual, é perceber que inúmeras vezes nós, que nos esforçamos para concebermos uma leitura de mundo mais honesta intelectuamente e também em essência prática, acabamos por nos contradizer quando fazemos usufruto dos conhecimentos adquiridos para debulharmos alguém em uma acalorada discussão, que talvez não tenha tido ás mesmas oportunidades de acesso ao conhecimento que nós tivemos. Deste modo, nos fazemos tão tolos quanto aquele que  insiste veementemente em um debate sem estar disposto à pensar de maneira humilde, respeitando e considerando a possibilidade do outro estar certo em seus argumentos.

    Não jogar pérolas aos porcos é também uma atitude de amor. Considerar que todos estamos na condição de porcos, em distintas situações, também deve ser uma.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Uma espécie em extinção: os cristãos. (Parte 2)



Dando continuidade ao texto anterior, onde introduzi o tema à ser tratado nas próximas postagens, destacando algumas palavras de Liev Tolstói, o nada famoso (infelizmente) escritor russo, proponho à vocês leitores que juntos, continuemos à observar as palavras de Tolstói e sua leitura frente ao que vieram a oficializar como “Cristianismo”, mas que em nada se assemelha às ações efetuadas pelo simples e humilde Cristo que dizem as atuais e históricas vertentes cristãs basearem a sua pregação.
Um dos pontos evidenciados por Tolstói em sua obra O Reino de Deus está em vós que gostaria de trabalhar, esta presente no capítulo 2 da mesma, intitulado Opiniões dos fiéis e dos livres pensadores sobre a não resistência ao mal por meio da violência. Este ponto trata de um problema não muito novo, muito menos incomum, tanto entre os seguidores de Cristo como entre os livres pensadores do cotidiano e das relações humanas. O problema tratado aqui por Tolstói é o da justificativa do uso da violência por conta de uma possível “extinção dos bons”. E, para tratar dessa questão, Tolstói cita um homem por demais influente no que diz respeito à formação do cristianismo como conhecemos hoje. O apelidado “boca dourada” (e veremos mais adiante o porque deste título): João Crisóstomo.
Vejamos a seguinte fala de Tolstói, onde ele aponta tal justificativa como a segunda entre as cinco mais usadas pelos cristãos ao longo da história para fazerem uso da violência:

“O segundo meio — um pouco menos grosseiro — consiste em reconhecer que o Cristo ensinava, é verdade, a dar a face e o manto, e que esta é, realmente, uma elevada moral..., mas... uma vez que, sobre a terra, existe um grande número de malfeitores, é preciso mantê-los pela força, para que não se veja perecerem os bons e até mesmo o mundo inteiro. Encontrei pela primeira vez este argumento em São João Crisóstomo e demonstro sua falsidade em meu livro A minha religião.
Este argumento não tem valor porque, se nos permitimos declarar, não importa quem, um malfeitor fora-da-lei, destruímos toda a doutrina cristã segundo a qual somos todos iguais e irmãos, na qualidade de filhos de um só Pai Celeste. E mais, ainda que Deus houvesse permitido a violência contra os malfeitores, sendo impossível determinar de modo absolutamente certo a distinção entre o malfeitor e aquele que não é, aconteceria que os homens e a sociedade se considerariam mutuamente malfeitores: coisa que hoje existe. Enfim, supondo que fosse possível distinguir com segurança um malfeitor daquele que não é, não se poderia encarcerá-lo, torturá-lo e condená-lo à morte numa sociedade cristã, porque não haveria nela ninguém para cometer tais atos, sendo qualquer violência proibida ao cristão.”
Tolstoi, Liev. O reino de Deus está em vós. Best Bolso. Rio de Janeiro, 2011, p.41.

Ora, devo admitir que a elucidação de Tolstoi frente ao que o cristianismo contemporâneo prega é perfeita. Tal justificativa não é, e nem pode ser reconhecida como pautada nos preceitos e na prática de Cristo. Observamos ao longo dos relatos do Novo Testamento diversas passagens, além do chamado “Sermão do Monte” (que até o século XVI não tinha este título, mas isso é assunto pra outra oportunidade), em que Jesus condena seus próprios seguidores por pensarem ser a violência uma arma a ser utilizada em prol da justiça entre os homens. Vejamos o seguinte relato do livro de João:


“Tendo Jesus dito isto, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou e seus discípulos.

E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com os seus discípulos.
Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes e armas.
Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais?
Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles.
Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra.
Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus Nazareno.
Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes;
Para que se cumprisse a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi.
Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco.
Mas Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?
Então a coorte, e o tribuno, e os servos dos judeus prenderam a Jesus e o maniataram.”

Texto extraído da Bíblia Sagrada versão João Ferreira de  Almeida corrigida e revisada fiel. Livro de João, cap 18, vers 1 – 12.

Preciso dizer que a apologia ao uso da violência feita por homens como “São” João Crisóstomo contradizem as palavras e a prática de Cristo? Gostaria de propor à vocês leitores uma reflexão frente às diversas justificativas para o uso da violência, dentre elas a citada anteriormente por Tolstoi. Na próxima postagem tentarei abordar para uma melhor compreensão de todos a figura de João Crisóstomo. Quem foi tal personagem e como o mesmo influenciou o atual cristianismo, seja ele católico apostólico romano ou protestante de qualquer vertente.
Grato à todos pela atenção que tem tido para com este espaço nos últimos dias. Um agradecimento em especial aos amigos Marcílio P. Mendes (mais conhecido como Júnior), Railton Guedes e Vento Suzano Farias Lima, que têm trabalhado para proporcionar à pessoas como eu, leituras que ajudem à compreendermos melhor ás palavras de Cristo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Uma espécie em extinção: os cristãos. (Parte 1)


Após um considerável espaço de tempo sem pegar em uma caneta e em um caderno, refletir sobre coisas que considero de grande relevância para a sociedade contemporânea, sentar na frente do computador e, por fim, resolver transmitir o resultado de tais reflexões por este pequeno, porém importante espaço virtual, decidi mais uma vez contribuir de alguma forma para a difusão do conhecimento que conduz à Verdade e à mais nobre possível das leituras de mundo que algum ser humano pode vir a ter. Aquela que se distancia dos limites impostos por esse sistema sócio-econômico que fazemos parte.
Mas, reconheço que de nada importam quaisquer palavras que aqui expresso, frente as palavras que tem sido à mim apresentadas. Essas palavras que cito, são de tamanha sabedoria, que têm me feito entender que não tenho as mínimas condições de me reconhecer como um “pequeno cristo”[1] frente a prática ais pura dos atos daquele o qual dizem as instituições religiosas (ditas cristãs) seguir os ensinamentos e até mesmo a prática.
As palavras as quais me refiro, que tem sido tão divisórias entre a alma e o espírito quanto as palavras contidas no próprio cânon, são do escritor russo Liev Tolstói (1828 – 1910), e estão contidas em sua obra “O Reino de Deus está em vós”.
Antes de adrentar às palavras de que tanto falo, gostaria de ressaltar que tenho acompanhado as mesmas, seguidas sempre de outros textos, de homens tão sábios e tão dispostos a viver o Evangelho puro e simples quanto Tolstói. Ao longo de meus textos, farei uso de algumas citações destes também, afim de propagar tais ideais e contribuir para a emancipação dos homens frente ao que vem a significar de fato a teoria e a prática dos ditos “pequenos cristos”.
Deixo-vos na expectativa frente ao assunto que será colocado em cheque por mais alguns dias ainda. Para dar uma bela pitada do que virá pela frente , ficam aqui duas citações de Tolstói na obra citada anteriormente “O Reino de Deus está em vós"
“As igrejas são ás mesmas por toda a parte e, se as igrejas católica, anglicana, luterana não têm nas mãos um governo assim tão dócil, não é, certamente, porque não o desejem. Uma igreja, qualquer que seja, não pode deixar de não visar o mesmo objetivo da igreja russa, isto é, encobrir o verdadeiro sentido da doutrina de Cristo e substituíla por um ensinamento que a nada obrigue e que, sobretudo, justifique a existência de bonzos nutridos à custa do povo.
Acaso age de outro modo o catolicismo, quando proíbe a leitura do Evangelho, quando exige uma submissão cega aos chefes da igreja e ao papa infalível? Acaso ensina o catolicismo algo diferente do que ensina a igreja russa? O mesmo culto externo, as mesmas relíquias, os mesmos milagres, as mesmas estátuas milagrosas, a Madona e as procissões, os mesmos raciocínios afetados e nebulosos sobre o cristianismo nos livros e nos sermões; na verdade, o mesmo encorajamento à mais vulgar idolatria”.
(TOLSTOI, Liev. O Reino de Deus está em vós. BesBolso. Rio de Janeiro, 2011, p.81)


“Mas, ainda que os homens quisessem se esforçar para acreditar na doutrina das Igrejas da forma como é ensinada, e a difusão da instrução e do Evangelho, oporiam à sua crença um obstáculo intransponível.
Bastaria ao homem de nosso tempo comprar por três moedas o Evangelho e ler as palavras de Cristo. Palavras que não requerem qualquer comentário, como aquelas ditas à samaritana[2], isto é, que o Pai não precisa de fiéis, não em Jerusalém, nem neste ou naquele monte, mas de fiéis no espírito e na Verdade; ou como as que afirmam que o cristão deve orar, não como um pagão no templo, mas secretamente, em retiro, e que o discípulo de Cristo a ninguém deve chamar de Mestre[3]; bastaria ler estas palavras para se convencer indiscutivelmente que os pastores das igrejas que chamam a si mesmos de Mestres, contrariamente à doutrina de Cristo, e que discutem entre si, não têm autoridade alguma, e que aquilo que ensinam não é o cristianismo.”
(TOLSTOI, Liev. O Reino de Deus está em vós. BesBolso. Rio de Janeiro, 2011, p.83)



[1] O termo cristão quer dizer exatamente pequeno cristo. Os primeiros seguidores de Jesus receberam esse título na cidade de Antioquia, na Grécia. O nome dado pelos gregos à estes seguidores remete à prática dos mesmos, que se diziam imitadores de seu mestre, o Cristo, conforme o relato do livro de Atos. Vejamos: "Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos." (At 11:26)

[2] Referência ao texto de João 4.5-42.


[3] Referência ao seguinte texto: "Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; e fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, e amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado" (Mateus 23,1-12).

sexta-feira, 25 de março de 2011

Brincalhão...(música composta em 2010)





Como é bom sorrir
Como é bom brincar
Inocente como uma criança eu vou!!


Como é bom pensar
Sem medo de ser feliz
Corro pra desafiar minha própria coragem


Com um sorriso na cara , eu falo sério
Com o meu nariz de palhaço e as luvas nas mãos
Eu vou pra luta, contando história
e me esquivando da inibição
Querem me fazer pensar que estou cego
Mas na verdade sou  um grande brincalhão


Que brinca de pensar!
Que brinca de achar os por quês
Que gosta de raciocinar
Que brinca de achar o saber...

segunda-feira, 14 de março de 2011

A voz do Paradoxo

O paradoxo entre fé e razão
Entre a dúvida e a certeza
Entre o amor e a ilusão
Que destoa minha tristeza

Não é mais do que a busca
Intrinseca em entender o que é o amor
Em entender o que é a entrega
Abrir mão do seu querer

Em meio aos meus sonhos surge a voz
Que interrompe o meu sono
Me desperta para o dia
Mais um dia surreal

Voz de alguém que se levantou
Enquanto muitos  se deitavam
Voz de alguém que trabalhou
Quando outros descansaram
Voz de alguém que abraçou
Mesmo a quem a desprezasse

Bastará meu despertar?
Tirar os meus pés da cama, terá algum proveito?
Se não for pra entender
O que é esse entregar
Eu prefiro me ajeitar
De novo em meu travesseiro

segunda-feira, 7 de março de 2011

O Evangelho no "jeitinho americano" do brasileiro.

   




É de relevante data que tenho buscado algumas respostas frente ao que tem significado para mim ser um "imitador' de Cristo nos dias de hoje e ao que vêm a ser um "cristão",  tentando entender se há conformidade entre as duas coisas. 

   Ao longo dos últimos dois anos e meio de minha jornada por esta confusa sociedade, tenho tentado refletir um pouco mais frente a causas tão relevantes ao nosso cotidiano e devo confessar que nada tem me despertado maior incômodo neste período do que aquilo que tem regido a minha vida, de particular modo, e também regido o curso de mais da metade das vidas presentes neste planeta, que é a fé cristã.

   A apenas algumas horas atrás tive o prazer de apreciar um nobre texto que por seu conteúdo contextualizador histórico/ideológico,  me fez ter alguma esperança de que esta reflexão frente ao que vem a ser   hoje o que os moradores de Antioquia no primeiro século da Igreja chamaram de "cristãos", tem sido feita por pessoas de grande influência na sociedade, dentre elas alguns religiosos.
   
   O texto intitulado "Deus nos livre de um Brasil evangélico", teve grande repercussão em nosso país nos últimos dias. Escrito e publicado pelo Pastor evangélico Ricardo Gondim no mês de fevereiro deste ano em seu site, o texto causou grande polêmica frente aos que se proclamam evangélicos no Brasil. Claro que não pretendo com esta  fala dar uma conotação de generalização no que diz respeito á opinião dos evangélicos deste país frente ao texto referido. Mas o fato é que, dos muitos comentários e críticas que vi frente ao texto de Gondim, a grande maioria dos mesmos  foi escrita de maneira negativa ao posicionamento de Gondim frente ao crescimento das igrejas evangélicas no Brasil. Boa parte destas criticas escritas por pastores e lideres de todo o tipo, das mais variadas denominações evangélicas.

   Gostaria de ressaltar que concordo com 99,9% com Gondim e com o conteúdo explícito em seu texto, mas uma parte em especial, gostaria de enfatizar. O autor, logo no primeiro parágrafo de seu texto diz: "Começo este texto com uns 15 anos de atraso". Entendo que a nação brasileira, nas duas últimas décadas, vem sendo bombardeada com uma teologia ao melhor estilo "American way of life", que popularmente conhecemos como "gospel". É fato indiscutível que, nas duas últimas decadas este "evangelho" gospel tem se tornado o carro forte do protestantismo em nosso país. Mas você pode estar se questionando:

   - Eu, como cristão, não deveria achar isto um progresso para o país ?

   Gostaria de propor uma reflexão sobre o evangelho que tem sido  apresentado ao país, que nada mais tem sido do que um 'jeitinho americano" que o brasileiro tem encontrado de ser cristão. Esse estilo que ouso chamar "American way of live' na teologia, tem influenciado muitas vertentes cristãs neste país, sejam elas de origem protestante pentecostal, neopentecostalpresbiteriana, batista, anglicana, metodista, adventista e pasmem, até mesmo católica apostólica romana.

   Com a finalidade de contribuir para a reflexão de vocês frente às questões apresentadas, sugiro a leitura do texto de Ricardo Gondim postado em seu site, e a observação do documentário indicado ao Oscar que tem por título "Jesus Camp", que esta disponibilizado no site "Youtube" e dividido em 9 partes..

Deixo aqui os links. Espero que se interessem pelas questões apresentadas.


Em breve, estarei escrevendo sobre ste documentário, dando continuidade ás questões tratadas neste texto. Assistam meus caros(as)!!!
Grato pela atenção de todos vocês. 

Um agradecimento em especial aos amigos Silas Fiorotti, que tem dado acesso ao conhecimento de alguns textos do Gondim por meio de seu espaço no Facebook e no blog 'Espiritualidade libertária", e Allan Santana, pela indicação do blog "Documentários de Verdade". Vocês são geniais!

domingo, 6 de março de 2011

Pecado não é o que você faz. Pecado é aquilo que você é.





A pouco tempo venho acompanhando o trabalho deste homem douto de conhecimento chamado Ed Rene Kivitz que, apesar de ser pastor, ganhou o meu respeito e minha admiração por olhar o Evangelho de uma forma contextualizada, tanto com a história como um todo, como com o atual cenário mundial frente ao que chamam de cristianismo, que por sinal, nada têm a ver com o próprio Cristo.


Uma das coisas que me chamou a atenção com relação à proposta de Evangelho que este rapaz evidencia em suas falas, foi o fato de,  em "sua" instituição cristã, terem á disposição para venda (por que nesse país nada é de graça (ainda)), livros como 'Anarquia e Cristianismo" de Jacques Ellul e " Bacia das almas- Diário de um ex-dependente de Igreja", de Paulo Brabo. O que isso significa? Significa que este senhor, apesar de ser líder (pastor) de uma instituição evangélica, respeita e admira os quem vão na contramão da mesma hierarquia e cristianismo institucional que o mesmo faz parte. Isto em si ja faz "sua" instituição e sua liderança serem diferenciadas.

Fica aqui este vídeo para uma breve reflexão do que vem a ser o pecado, e o que vem a ser ética e moral. Um assunto quase não discutido pelos cristãos institucionais.

Paz e Sabedoria a todos!



sábado, 5 de março de 2011

Carnaval: Época de reflexão, não de alienação!




Carnaval, uma dura realidade em nosso país com a qual somos praticamente obrigados a conviver.  Não tem pra onde fugir.  Não temos como não "participar", visto que onde vamos este é o assunto, seja na TV, no rádio, numa padaria, no trabalho e etc. Mais algumas pessoas fazem uso dessa época do ano  para refletirem sobre tais questões, com a finalidade de promoverem algo que acrescente a evolução intelectual da população de  nosso país,  tão centrada na busca pelo prazer momentâneo. Aliàs, essa concepção de prazer é bem subjetiva, principalmente no Brasil.

Achei por bem postar este vídeo, que se difere de tudo o que temos visto na mídia hoje (principalmente na mídia televisiva), no que diz respeito a carnaval. O que essa moça fez em seu programa na tv Tambaú na Paraíba, nos dá esperança em acreditar que ainda temos pessoas inteligentes e indiferentes quanto a audiência e repercussão  que podem conseguir por meio deste veículo tão importante e ao mesmo tempo perigoso que é a televisão.

Bom, já escrevi demais.

Deixo que vocês reflitam sobre a questão por meio do vídeo apresentado.

Em uma época em que os fanfarrões correm para a busca exacerbada do prazer, e que os "santos" se refugiam em seus retiros "espirituais", nada melhor dom que ver alguém que anda na contramão de tudo isto. E foi isto o que Rachel Sheherazade fez. 

Façamo ao menos algo parecido em nosso cotidiano.

Paz e Sabedoria!

quarta-feira, 2 de março de 2011

O que você entende por Heresia?

"Onde a heresia não é mais possível, a novidade também é
uma impossibilidade. A palavra heresia significa
etimologicamente ‘uma escolha’, ‘uma opção’ ou ‘ser
colocado à parte’, mas ela também pode significar ‘conquista’,
‘captura’. A ironia nisso é que a ‘conquista’ européia ou
ocidental do mundo, a grande ‘heresia’, tornou-se a norma da
qual nenhum desvio era possível, nenhuma ‘anti-heresia’
seria permitida. A heresia tornou-se absoluta, normativa.
Espacialmente, o  eschaton tinha sido alcançado. O único
significado que sobrou para ser atribuído à palavra era um
significado exclusivamente temporal."



WESTHELLE, V. (2008), O Deus escandaloso: o uso e abuso da cruz.
São Leopoldo: Sinodal/EST. p.158

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Filosofando...


 Com o passar do tempo e as diversas experiências adquiridas (ainda que este tempo não seja um tempo tão considerável no que diz respeito a quantidade, e o mesmo se aplique as experiências),  tenho observado que existe um acúmulo que faz-se extremamente necessário na vida de um ser tão complexo e social, capaz de exteriorizar pensamentos e sentimentos como é o ser humano. Este acumulo nada mais é do que o acúmulo de troca de experiências adquiridas.


Claro que digo isto pensando que o ser que sente esta necessidade sente uma ansiedade por este acúmulo exatamente por pensar no progresso gerado pelo mesmo no que diz respeito a sua interferência sobre o todo, em outras palavras, no que isso pode contribuir  para o seu convívio social. Este indivíduo provavelmente estará deixando de pensar de uma maneira individual.

Partindo deste principio, concluo o quanto faz-se necessário o “viver em comunidade”. Uns chamam isso de congregar (os religiosos talvez). Outros de “pensar coletivamente”, ou “partido” , e assim por diante.

A convivência tem o poder de nos proporcionar uma visão de espelho, mas não um espelho qualquer, mas um espelho atemporal, além do presente, onde podemos ver além do quem vemos. As experiências adquiridas entre os diferentes indivíduos levam os mesmos a olhar um para o outro e ver uma pequena, ou uma grande parte de si, seja isto na perspectiva do ontem, do hoje ou do amanhã.

Convivendo aprendemos que erramos.
Convivendo aprendemos que podemos acertar.
O coletivo proporciona o levantar de uns aos outros frente as possíveis quedas tão naturais da vida humana, inacabada e experimental.

Vivamos coletivamente, independente das diferenças!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Cristão capitalista? - Parte 3


Dando continuidade ao assunto em questão, tentarei oferecer a partir da fala de Allen, (como havia dito anteriormente), um texto tão mais informativo quanto critico, tendo por finalidade oferecer ao leitor do mesmo, as devidas informações para que possa compreender melhor de que  forma e porque o cristianismo contemporâneo, principalmente o que tem sido praticado pelas denominações de cunho ideológico protestante, está tão ligado às concepções de bases econômicas capitalistas.
Sabemos que os Estados Unidos da América ocupam uma extensa região central do continente americano. Sabemos também que a América do Norte, em conseqüência até mesmo das questões geográficas, há muito tempo tem sido dominada física, econômica e politicamente pelos Estados Unidos da América. Bem sabemos também que este imenso território, veio a ser “descoberto” pelos europeus por motivos de natureza econômica. Trataremos melhor desta última questão daqui adiante.
  Devemos levar sempre em consideração que na América do Norte, mais precisamente na região que conhecemos hoje como os Estados Unidos da América, a colonização se deu de maneira diferente dos demais países americanos. Os ingleses que habitavam as terras norte-americanas tinham por intento o investimento nas novas terras, e o desenvolvimento em todos os aspectos possíveis e imagináveis da nação que viria a surgir. É importante observarmos que os europeus que se deslocavam para a América do Norte levavam consigo a idéia de que todo este processo de “descobrimento”, colonização e desenvolvimento econômico nas novas terras era verdadeiramente uma providência divina. Podemos exemplificar isto em uma das falas do pensador francês Alexis de Tocqueville citada por Allen. Vejamos:

“Este gradual e contínuo movimento da raça européia em direção às Montanhas Rochosas tem a solenidade de um evento providencial. É como que um dilúvio de homens, caindo e levantando-se invencíveis, conduzidos diariamente pela mão de Deus.”
ALLEN, Harry C. História dos Estados Unidos da América,1968, p. 11.


É importante entendermos o que levou os ingleses a deixarem seus lares na Inglaterra. O que de fato levou-os a enfrentarem os riscos de uma longa e árdua viagem à terras desconhecidas? O fato é que o grande empurrão para que os ingleses enfrentassem todos estes problemas e abandonassem seus lares, está no momento de dificuldades econômicas e de superpopulação que passava a Inglaterra. Além disso, o país passava por momentos angustiantes de intolerância religiosa e de lutas políticas. O desejo de viver suas próprias crenças era iminente no coração dos ingleses contemporâneos aos fatos citados anteriormente e viram nas terras norte-americanas uma grande oportunidade oferecida por Deus para a realização deste sonho. Logo creram que, sendo a América do Norte escape para os problemas decorrentes do seu país, o continente americano  era um grande sinal de que a benção de Deus e  sua aprovação se faziam presentes. Talvez disto possamos entender a frase:
- Que Deus abençoe a América!

Continua...